Portadores do parkinson, além de autoridades e membros da comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa da Bahia, estiveram reunidos, na manhã, desta terça-feira (10), para audiência pública que discutiu a situação das pessoas portadoras da doença na Bahia. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente há 20 mil parkinsonianos no estado.
A reunião foi proposta pelo deputado estadual e presidente da Comissão de Saúde e Saneamento da ALBA, José de Arimatéia (PRB), que teve o tema sugerido pelo presidente do GruParkinsonBahia de Salvador, Genário Couto.
“Nessa audiência me deparei com situações absurdas. Precisamos urgentemente centralizar a distribuição dos medicamentos antiparkinsonianos no Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso (Creasi). O paciente está tendo que ir buscar os seus medicamentos imprescindíveis na atenção básica e no Estado, mesmo diante do problema de locomoção originada pelo mal de parkinson”, criticou Arimatéia.
Conhecedor da dura realidade, Genário transformou sua luta em solidariedade e hoje, como presidente da associação e portador da doença, ele atua há três anos pela qualidade da assistência integral aos parkinsonianos. Nesta quarta-feira, dia 11 é celebrado o Dia Mundial do Parkinson, mas ele garante que não tem razão para comemorar.
“Sinceramente acho que não temos nada para festejar pelo fato de não sermos contemplados com o apoio necessário e de direito. Minha expectativa é que a data provoque a reflexão porque nossa luta não é com a cura, e sim com a nossa qualidade de vida”, declarou.
O diretor da Assistência Farmacêutica da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), Lindemberg Assunção, falou da pretensão do órgão em estar incluindo os portadores de parkinson no Programa de Medicamentos em Casa, que já beneficia 30 mil pacientes de doenças como a diabetes e hipertensão.
De acordo com a diretora do Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso (Creasi), Mônica Hupsel, afirmou que no ano passado o núcleo dispensou mais de 1,5 milhão de medicamentos dos 10 medicamentos usados no mal de parkinson. “Atendemos 1600 idosos com o diagnóstico e ainda pessoas que cuidam dos portadores de Parkinson porque sabemos que muitas acabam necessitando de uma atenção também especial”, relatou.
Isabel Cristina Rigaud, que esteve no evento representando a Secretária Municipal de Saúde, Tatiana Paraíso, informou que no âmbito de assistência básica a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) está dando prioridade na capacitação de profissionais de Saúde para a identificação da doença.
“Em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e diversos laboratórios estamos trabalhando no sentido de diagnosticar o parkinson de forma precoce por reconhecer também que atualmente existem 200 mil idosos, representando 7% da população da capital baiana”, disse Rigaud.
Após a audiência o presidente da Comissão encaminhou um ofício ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, com a finalidade de provocar um amplo debate sobre a importância de concentrar a distribuição de todos os medicamentos do Parkinson nos Centros de Referências. O objetivo é garantir a integralidade no tratamento, eliminando mais um transtorno para o paciente.