Audiência pública é realizada para discutir a cadeia produtiva da apicultura no estado da Bahia

As abelhas não são apenas produtoras de mel, mas tem importância significativa para o meio ambiente por conta do processo de polinização. Segundo o site Natgeo, cerca de 2% das abelhas selvagens do planeta são responsáveis pela polinização de 80% das culturas mundiais.

Logo podemos entender que sem esses insetos não teríamos uma variedade de frutas e muitos outros alimentos. O que significaria então se todas as abelhas fossem extintas? Certamente muitas dificuldades iriam surgir para produzir comida para a população.

Audiência pública é realizada para discutir a cadeia produtiva da apicultura no estado da Bahia (2)E foi por estar preocupado com a situação das abelhas na Bahia que o presidente da Comissão do Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado estadual José de Arimateia (Republicanos), realizou nesta quarta-feira (01) – com o apoio da Comissão de Saúde, Assistência Social, Saneamento e Meio Ambiente, Direito do Idoso e Defesa dos Direitos da mulher da Câmara de Vereadores de Alagoinhas, a audiência pública com o tema “Cadeia Produtiva da Apicultura no Estado: Entraves e Perspectivas”. Em um momento do evento, Arimateia opinou sobre a audiência. “A participação do Ministério Público, da ADAB e também dos próprios agricultores foi fundamental porque eles estão mostrando a dificuldade e a preocupação que existe. É a primeira vez que é realizada pela Comissão do Meio Ambiente essa audiência pública em defesa das abelhas, pois devido o desmatamento e outros fatores, as abelhas correm o risco de serem extintas. Por isso, nesse dia vamos procurar uma saída para que possamos evitar a extinção”, concluiu o parlamentar.

O evento foi realizado no auditório Jornalista Jorge Calmon, na ALBA e contou com a presença de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), Federação da Agricultura e Pecuária (FAEB), Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Território do Litoral Norte e Agreste Baiano, Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Costa do Descobrimento, Consórcio Intermunicipal do Mosaico de Apas do Baixo Sul, Consórcio Intermunicipal do semiárido Nordeste II e associações.

A vereadora e presidente da Comissão de Saúde e Assistência Social, Saneamento e Meio Ambiente, Direito do Idoso e Defesa dos direitos da Mulher de Alagoinhas, Juci Cardoso (Pc do B), em sua fala, alertou que a Bahia hoje é uma grande produtora de mel e que estamos correndo o risco de sair dessa posição privilegiada em relação à produção, por questões ambientais relacionadas à cadeia produtiva e terminou dizendo que a ideia é que nesta data fosse possível encontrar caminhos para que isso não ocorra: “Enquanto presidente da comissão do meio ambiente em minha cidade, procurei o deputado Arimateia que é o presidente da comissão aqui na capital para que pudéssemos fazer esse diálogo, já que a nossa dependência apícola da florada exótica do eucalipto é muito grande”, disse a vereadora.Audiência pública é realizada para discutir a cadeia produtiva da apicultura no estado da Bahia (1)

Já o diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), Wilson Andrade, trouxe dados sobre a variação da produção de mel nos municípios baianos e falou da necessidade de analisar com mais detalhes cada região, e cada setor, tendo em vista um diagnóstico mais adequado e assim resolver mais assertivamente os problemas: “Há uma expansão significativa da produção de mel na Bahia. Em 10 anos, a produção de mel no nosso estado cresceu 109%. Nós precisamos atentar para a necessidade de dados aqui na Bahia. A atividade de apicultura precisa ser analisada com mais foco em cada região para que possamos entender o que de fato está acontecendo; é preciso também implantar um sistema que viabilize o atendimento nos prazos necessários de ocorrências de mortandade de abelhas, em parceria com diversos órgãos do estado, apicultores e proprietários das áreas onde estão instaladas as colmeias”, acrescentou.

O assessor técnico do Sindicato dos Trabalhadores da agricultura familiar de Alagoinhas, Adelson de Jesus em sua fala disse que o uso dos agrotóxicos como principal causador dos males às abelhas e que não tem sido possível provar isso por falta de laboratório.

Ao término da audiência, Arimateia agradeceu a todos os presentes no auditório e aos que participaram de forma remota: “Que Deus abençoe a Bahia e o Brasil, podem ter certeza que a Comissão de Meio Ambiente desta casa já está de portas abertas para toda a cadeia produtiva”, ilustrou José de Arimateia.

 

Texto: Alex Borges

Fotos: Cris Oliveira

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