Audiência Pública discute obesidade na ALBA

A obesidade e sua prevenção foram colocadas em pauta na manhã, desta terça-feira (22), através de Audiência Pública na Assembleia Legislativa da Bahia.

O propositor do tema foi o presidente da Comissão de Saúde e Saneamento, deputado estadual, José de Arimatéia (PRB). As causas, consequências e tratamento de combate à doença, foram debatidos amplamente, com especialistas e comunidade. A ocasião aconteceu pontualmente às 10h15, na Sala Eliel Martins.

audiencia-publica-discute-obesidade-ALBANa Bahia há 90 mil obesos mórbidos. Segundo dados do Ministério da Saúde, as soteropolitanas são maioria entre as mulheres com obesidade da região Nordeste, representando 13,7% no ranking das capitais nordestinas. Preocupado com essa situação Arimatéia deu entrada no Projeto de Lei nº 19.110/2011, que visa implantar na rede estadual de saúde do Estado da Bahia o Programa de Enfrentamento da Obesidade Mórbida.

“Somente em Salvador temos 400 mil pacientes obesos. Deixo o alerta também para os pais porque precisamos estar atentos e trabalhar com a obesidade desde a infância. Acredito que essa audiência pública trouxe a conscientização em torno da prevenção, algo fundamental”, ressaltou Arimatéia.

A obesidade é uma doença crônica caracterizada por excesso de peso corporal. Para uma maior explanação sobre a doença o diretor médico Executivo e Chefe da Cirurgia Bariátrica do Hospital da Bahia – além de Membro Titular da Federação Americana de Cirurgia Bariátrica e da Sociedade Brasileira e Metabólica -, Marcelo Zollinger, fez uma explanação em torno da situação da doença no estado, e solicitou uma atenção maior com a alimentação das crianças em escolas públicas.

“Precisamos prevenir e educar a população para fomentar a atividade física e bons hábitos alimentares, principalmente nas escolas porque a obesidade infantil já representa cerca de 20% na Bahia, e está cada vez mais crescente”, alertou Zollinger.

Embora a sociedade esteja mudando, ainda é muito comum as pessoas identificarem a obesidade como um problema estético e não um problema de saúde. A advogada Nelia Almeida é prova disso. Ela falou que sofreu muito com o Bullying na infância, e hoje após ter perdido 90 quilos, diz ter sentido na pele a questão da desigualdade.

“As pessoas obesas não contam com macas e cadeiras apropriadas em hospitais públicos, estrutura adequada nos transportes públicos e nos elevadores de diversos locais”, disse Nelia.

O Membro Titular da Sociedade Brasileira Bariátrica e Metabólica, Arivaldo Alves, contou que já realizou 6600 cirurgias bariátricas em 12 anos, e a procura tem aumentado imensamente. Ele afirmou ainda que há pouco tempo 18 pessoas eram operadas, hoje são de 60 a 80 pacientes por mês. “A população precisa estar atenta para a importância do acompanhamento multiprofissional e adotar a consciência do que é a cirurgia”, enfatizou.

Após a audiência pública o presidente do Colegiado definiu, que alguns Projetos de Lei serão criados para instituir uma Campanha mais ostensiva nas Escolas Públicas começando pela mudança na merenda escolar. Outra iniciativa será a elaboração de indicação solicitando ao Governo do Estado a construção de um Centro de Referência de Obesidade na Bahia e o acompanhamento desses pacientes.

Também participaram do evento a médica endocrinologista, metabologista e coordenadora do Centro de Controle da Obesidade do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (Cedeba), Tereza Arruti e o presidente do Instituto Márcio Café e médico cirurgião bariátrico, Márcio Café.

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