O deputado estadual, José de Arimatéia (PRB), visitou nesta quinta-feira (6) o povoado de São Bento de Inhatá, na cidade de Amélia Rodrigues, onde aconteceu a matança de cerca de 90 animais (segundo informações da Prefeitura Municipal) – a maioria deles, cachorros.
O parlamentar esteve acompanhado de cinco organizações protetoras dos animais, sendo elas: Associação Brasileira Protetora dos Animais (ABPA), Cuidar é o Bicho, Célula Mãe, Associação Brasileira Terra Verde Viva, União Protetora dos Animais de Salvador (UPAS), além de uma médica veterinária.
Representando a Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa da Bahia, Arimatéia conversou com os donos dos animais que foram mortos, supostamente por envenenamento. De acordo com a veterinária, Norma Espinhola, todos os indícios apontam para causa. “Através do que ouvimos durante os depoimento dos proprietários, os sintomas foram causados por envenenamento”, afirmou.
Segundo testemunhas, na tarde de quinta-feira (29) o ex-prefeito da cidade vizinha, Conceição de Jacuípe, João Barros de Oliveira, conhecido como João de Roque, foi visto dirigindo uma moto e jogando carne com veneno em um percurso de aproximadamente cinco quilômetros. Ele possui um sítio na região e cachorros teriam agredido um dos animais de seu rebanho. Em entrevista ao site G1 nesta quinta-feira (5), ele negou as acusações.
Durante a visita o grupo encontrou uma sacola plastic onde supostamente teria estado a carne contaminada. O material será analisado.
A trabalhadora rural, Ednalva Viana dos Santos, perdeu dois de seus cachorros. “Eles se chamavam Lulu e Piti e estão fazendo uma enorme falta para nós, porque eram realmente companheiros”, disse. Um pouco mais adiante, Maria Anunciação dos Santos, 65 anos, compatilhava da mesma dor. Ela criava quarto cachorros e um gato, todos foram envenenados e apenas um sobreviveu. O cão recebeu o atendimento emergencial da veterinária que acompanhava o grupo e foi encaminhado para Salvador, onde receberá tratamento. “Eles eram meus companheiros e agora tenho fé que Rubalo, o único que me resta, fique vivo. Isso foi uma verdadeira crueldade”, disse.
A advogada e voluntária da ONG Terra Verde Viva, Ana Rita Tavares, informou que o culpado pode ser enquadrado no artigo 32 da Lei Ambiental (9605/98), que trata de práticas abusivas contra animais, além de portar produtos nocivos. A pena varia de três meses a um ano de prissão. “Já estamos colhendo dados para entrar com uma ação criminal e civil, incluindo indenização para as famílias. A sociedade precisa, de uma vez por todas, entender que atentar contra a vida de animais é crime”, ressaltou Ana Rita.
O deputado estadual José de Arimatéia afirmou que vai continuar acompanhando as investigações. “Não podemos fechar os olhos para um problema que causou dor para dezenas de pessoas e matou seres vivos. Nós precisamos aprender a respeitar as diferentes formas de vida. Além disso, o porte e uso de veneno é um problema de saúde pública e deve ser combatido”, pontuou.
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