Deputado discute doenças crônicas do Novembro Azul e Negro na ALBA

A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) contemplou uma manhã de conscientização nesta terça-feira (24). Aproveitando a ocasião do Novembro Azul e Negro, o vice-presidente da Comissão de Saúde e Saneamento da Casa, deputado estadual José de Arimateia (PRB), promoveu, junto com o deputado Bira Corôa (PT), um amplo debate sobre as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), cujos dias oficiais ou alusivos são lembrados neste mês: Diabetes, Estomia, Câncer de Próstata e Anemia Falciforme.

doencas-cronicas-novembro-azulProponente da Audiência, Arimateia abriu o evento citando dados atualizados sobre as doenças. De acordo com pesquisa do deputado em órgãos de referência, no Brasil, 14 milhões de pessoas vivem com Diabetes, existem mais de 33.800 pacientes estomizados, dos quais, mais de 4.100 estão no Nordeste, são estimados 3.450 novos casos de Câncer de Próstata em toda a Bahia, sendo aproximadamente 25% em Salvador e o estado é o local com maior número de portadores de Anemia Falciforme no Brasil. Estima-se que, a cada 650 bebês nascidos vivos, um possui a doença. “Diante deste preocupante quadro, sinto-me na obrigação de realizar este evento de conscientização para o povo dentro da Casa Legislativa Baiana”, concluiu o parlamentar.

O Diabetes e suas complicações foram o tema explanado pela endocrinologista do Centro de Endocrinologia da Bahia (CEDEBA), Dra. Odeliza Matos. Lembrada no dia 14 de novembro, a doença compromete diversos órgãos do corpo e atinge 220 mil pessoas, somente em Salvador, segundo a médica. “A glicemia é tóxica ao organismo quando em altas concentrações e o seu mau controle pode aumentar em até 76% o acometimento da retinopatia diabética, em 60% o risco para desenvolver a dor neuropática do Diabetes e em 54%, o de nefropatia diabética”, afirmou a endocrinologista, lembrando que o acesso desses pacientes ao sistema público de saúde ainda é muito ruim.

Em referência ao Dia Nacional do Estomizado, 16 de novembro, a enfermeira estomoterapeuta Rayssa Paranhos falou sobre a situação atual dos estomizados, pacientes que necessitam eliminar restos fisiológicos por meio de uma incisão cirúrgica, em decorrência de câncer, trauma ou deficiência congênita. Segundo Rayssa, na Bahia, os estomizados têm dificuldade em encontrar atendimento de nível dois, com médicos especialistas e cirurgiões, pois sempre podem desenvolver algum grau de complicação após o procedimento. “Quando o paciente tem alta e é encaminhado para dispensação da bolsa, não tem um local de referência para ser atendido, o que faz com que haja uma grande quantidade de pessoas que já poderiam ter revertido o estoma”, lamentou, lembrando a superlotação do Hospital Roberto Santos, único hospital de referência.

O médico urologista Dr. Fábio Sepúlveda falou sobre o que há de novo em relação ao Câncer de Próstata e a saúde do homem, tema central do Novembro Azul, marcado pelo dia 17 de novembro. De acordo com o médico, somente no ano de 2014, surgiram 68.800 novos casos de Câncer de Próstata no Brasil, sendo que em 2013, ocorreram 13.772 mortes em decorrência da doença. “A necessidade do exame de toque colo retal é comprovada, pois 80% das lesões cancerosas se localizam nas áreas periféricas da próstata”, alertou o especialista. Aliado a isso, tem aumentado no Brasil o uso de plataformas robóticas nos procedimentos cirúrgicos. Segundo ele, há 12 robôs instalados e operantes no país, sendo que três deles estão sendo utilizados exclusivamente na Rede Pública de Saúde (SUS).

Por fim, a Anemia Falciforme foi o tema da explanação da médica hematologista Dra. Larissa Carneiro. Lembrada como um dos pontos centrais do Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, a doença se caracteriza por uma deformidade nos glóbulos vermelhos do sangue e acomete predominantemente a população negra. Para a especialista, a doença falciforme é um problema de saúde pública, pois há elevada prevalência em todo o Brasil, sobretudo na Bahia, há elevada mortalidade e não há tratamento curativo. “Ainda precisamos de mais profissionais de saúde experientes no tratamento da doença, hospitais de referência para tratamento de eventos agudos e maior estoque de sangue para atender as demandas transfusionais, além de outras especialidades médicas para a recepção desses pacientes”, relatou, referindo-se à criação de políticas públicas.

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