Epidemia mundial do diabetes é discutida em Audiência Pública na ALBA

Informação, educação e prevenção foram as palavras de ordem na Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), que discutiu o diabetes e suas complicações na manhã desta terça-feira, 12 de abril. A ação comemorativa pelo Dia Mundial da Saúde, celebrado no último dia 7, foi proposta pelo Vice-presidente do Colegiado, deputado estadual José de Arimateia (PRB) e seguiu a mesma linha da Organização Mundial de Saúde (OMS), trazendo como tema “Diabetes: uma epidemia mundial silenciosa”.

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Todos os presentes puderam realizar medição de glicemia no sangue

Para Arimateia, o status de sétimo maior causador de mortes no mundo torna o diabetes motivo de grande preocupação. “Neste momento, o Governo deve estar preparado para fazer políticas de conscientização nas escolas. Isto é fundamental para evitar problemas graves como este no futuro”, salientou. De acordo com dados do Relatório Mundial Sobre o Diabetes, produzido pela OMS no início deste ano, 422 milhões de pessoas morreram em decorrência da doença, que, nos últimos quatro anos, cresceu 40% em países de média e baixa renda, como o Brasil.

O angiologista e cirurgião vascular Dr. Marcelo Liberato chamou a atenção para outros dados alarmantes, que indicam que um quarto dos diabéticos terão alguma úlcera ao longo da vida, enquanto 85% das amputações são precedidas por este problema. “Quando o paciente chega com este tipo de complicação nos membros inferiores, ele já está grave, seja do ponto de vista renal, cardiológico ou por AVC”, alertou o médico.

Segundo Dr. Marcelo, estimativas dizem que, em 2008, houve no Brasil 170 mil admissões hospitalares por úlceras, sendo que 80 mil destes pacientes sofreram amputação e 25% morreu. “Infelizmente, sabemos que hoje, este número é bem maior. São dados quase catastróficos”, lamentou. Por outro lado, o diagnóstico precoce através da avaliação clínica anual ou semestral, atenção a fatores de risco, como insensibilidade nos membros inferiores, obesidade e sedentarismo, exame detalhado dos pés e estímulo ao autoexame constante são medidas simples e salvadoras, de acordo com o médico.

Outro cuidado essencial para a prevenção do diabetes é a alimentação. A nutricionista Dra. Manoela Gouveia, destacou que o Relatório Mundial Sobre o Diabetes aponta que um em cada três adultos tem sobrepeso e uma em cada dez pessoas tem algum grau de obesidade, que está diretamente associada ao tipo 2, forma mais comum da doença. “O objetivo da OMS, com esse relatório, é alertar que a maior parte dos casos de diabetes está ligada a fatores comportamentais e estilo de vida, portanto, pode ser prevenido”, afirmou. Segundo ela, manter peso e alimentação saudáveis, aliados à prática de atividade física são formas de diminuir novos casos da doença.

Além dos dois palestrantes, a Audiência Pública contou ainda com a presença da Diretora do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (CEDEBA), Dra. Reine Fonseca, que contou a trajetória de 22 anos da unidade de assistência especializada. Todos os presentes puderam também fazer a medição de glicemia no sangue, realizada em parceria com profissionais do Serviço Médico da Assembleia Legislativa da Bahia.

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