O presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde e Institutos de Pesquisas Afins da Bahia, deputado estadual, José de Arimateia (PRB-BA), promoveu uma ampla Audiência Pública sobre um problema que atinge a vida de mais de 10 milhões de pessoas no Brasil: a incontinência urinária. Diversos especialistas estiveram presentes no Plenarinho do Parlamento Baiano, durante toda a manhã desta quarta-feira (dia 21), para discutir e esclarecer uma série de dúvidas do público presente, sobre essa questão que afeta o bem-estar físico, emocional, psicológico e social de boa parte da população.
O proponente da Audiência disse que a discussão era algo obscuro na Assembleia Legislativa da Bahia, pois nunca o assunto foi detalhado na Casa. Para o parlamentar o estado, município e demais setores precisam estar preparados para atender essa demanda. “Tenho certeza que as informações transmitidas aqui à comunidade presente irá ajudar de forma significativa muitas pessoas. A prevenção e o conhecimento devem caminhar juntos”, explicou José de Arimateia, ressaltando que cerca de 15% das mulheres em torno de 35 anos de idade apresenta um certo grau de perda urinária e 21% dos homens também.
Para ilustrar a importância do tema em questão, o médico urologista do Hospital Universitário, professor Edgar Santos da Universidade Federal da Bahia e doutor em urologia na Universidade de São Paulo (USP), André Costa Matos, detalhou a real situação da incontinência urinária no Brasil e apresentou de forma pontuada diversas sugestões de melhorias para todos. “É preciso que o SUS se organize para tratarmos cada paciente de maneira ainda mais adequada. Estamos falando de um problema que afeta demais e diariamente, especialmente o sono e a autoestima de muitos indivíduos”, alertou.
A fisioterapeuta e especialista em uroginecologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Carolina Barreto Ribeiro Martins dos Santos, classificou a incontinência urinária como um problema de saúde pública negligenciado. No ensejo, ela palestrou sobre a fisioterapia como forma de prevenção e alertou que a obesidade, o câncer de próstata, a HTLV, esclerose múltipla são doenças que causam o enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico e favorecem para a incontinência urinária. “É muito importante salientar que as atletas de elite e pessoas que realizam diariamente o CrossFit e jumping têm uma certa predisposição para o problema”, advertiu.
Também compuseram a mesa de cerimônia, a diretora geral da maternidade Albert Sabin, Maria da Conceição de Jesus e o diretor médico do Hospital da Mulher, Paulo Sérgio de Andrade Pinheiro.