José de Arimateia traz Mesa de Debate sobre tuberculose à ALBA

Um grande debate sobre a tuberculose, suas implicações e formas de enfrentamento foi travado na tarde desta segunda-feira, 28 de março, no Auditório Jornalista Jorge Calmon, na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). A Mesa de Debate sobre o controle da tuberculose na Bahia, conduzida pelo Vice-presidente da Comissão de Saúde e Saneamento, deputado José de Arimateia (PRB), é parte de uma série de mobilizações pelo Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24 de março), coordenadas pela Fiocruz e instituições parceiras.

Autor do Projeto de Lei 21.726/2015, que institui na Bahia a Semana de Conscientização Sobre a Tuberculose, Arimateia vê como preocupantes os dados trazidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que mostram a Bahia como o primeiro estado com maior número de registros da doença no Nordeste e terceiro do Brasil. O parlamentar fundamenta a importância de trazer o tema à Assembleia Legislativa: “É através de discussões como essa e da participação efetiva da população e das autoridades que nós poderemos encontrar uma saída para este problema”, afirmou.

De acordo com o Subsecretário Estadual de Saúde, o infectologista Dr. Roberto Badaró, a Bahia passa por uma grande dificuldade em manter uma assistência adequada na atenção básica, o que amenizaria situações de grande endemicidade, entre elas, a tuberculose. “A necessidade de pessoas serem atendidas é 20 vezes maior do que há dez anos atrás, com relativamente o mesmo número de equipamentos hospitalares. Se exercêssemos a atenção primária, caracterizada pela prevenção, como deveríamos, teríamos uma redução de 50% no número de pessoas doentes”, relatou.

Maria Izabel Xavier, Coordenadora de Vigilância e Controle de Agravos da SESAB, acrescenta que, além da forma prática de contágio, por vias aéreas, sobretudo em locais de aglomeração de pessoas, fatores sociais e econômicos estão por trás da doença. “A falta de alimentação é um fator que contribui para a tuberculose, sem contar ainda com a AIDS, que vem piorar a situação da tuberculose, que, por outro lado, é a doença oportunista que mais leva o paciente soropositivo a óbito”, disse, orientando que a população deve se manter informada sobre os sintomas e procurar os serviços de saúde ao primeiro sinal da doença.

O ativista da Rede Brasileira de Combate à Tuberculose – Gestus, Jair Brandão, confirma o ponto de vista da perspectiva social e analisa a situação de agravo no quadro da doença pela privação da população a direitos humanos e cidadania, a nível nacional e estadual. Na visão do deputado Arimateia, uma das soluções para o problema da tuberculose no estado seria a presença e a participação de prefeitos em discussões como a de hoje, salientando que existem “diversos gestores municipais deixando de receber recursos do Ministério da Saúde por não apresentarem projetos no âmbito da saúde pública do seu município”.

Mobilização – No intuito de discutir os principais problemas atuais no controle da tuberculose em nível nacional, estadual e municipal, a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) está coordenando ações de mobilização em torno do Dia Mundial de Combate à Tuberculose, celebrado anualmente em 24 de maio. As atividades contam com a parceria da Secretaria Estadual de Saúde (SESAB), Programa Estadual de Controle da Tuberculose (PCT-BA), Comitê Baiano para o Controle da Tuberculose, Secretaria Municipal de Saúde, Hospitais Irmã Dulce e Octávio Mangabeira, Fundação José Silveira, Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Católica do Salvador.

Rolar para cima
× Como posso te ajudar?