A comissão de Saúde da Assembleia Legislativa da Bahia promoveu, na manhã desta terça-feira (3) um amplo debate na Ala A do Auditório do Edifício Senador Jutahy Magalhães. Durante três horas profissionais de saúde, parlamentares, pacientes e familiares levantaram um debate sobre o lúpus – doença autoimune, que já registra quatro mil portadores da doença, somente em Salvador.
O evento foi proposto pelo presidente do Colegiado, deputado estadual, José de Arimatéia (PRB), que ouviu atentamente todas as demandas e garantiu enviar todas aos órgãos competentes. Centenas de pessoas participaram da audiência.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, em 2012, a doença levou à internação 4.475 pessoas. O órgão ainda classifica as mulheres como as mais afetadas. Em cada grupo de dez pacientes, nove são mulheres em idade reprodutiva.
“Embora no Brasil haja mais de 200 mil pessoas com o lúpus, a doença ainda é tida como desconhecida para muitos. Após essa audiência vamos fazer 12 encaminhamentos para uma melhor assistência a esses pacientes, entre eles a implantação de um Centro de Referência dentro de uma unidade da Rede Própria, o aumento do quadro de médicos especializados na patologia e a criação de leitos específicos”, afirmou.
Portadora da doença e presidente do Lúpicos Organizados da Bahia (Loba), Jacira Conceição, contou que assumiu a Organização em 2004 após ter sentido na pele os males acarretados pela enfermidade. “O Lúpus nos deixa sem forças nem para levantar. Faço um apelo a todas as autoridades, que olhem por nós, e criem de forma emergencial um Centro de Referência no Estado da Bahia aos portadores e as doenças relacionadas”, disse chamando ainda a atenção da Secretaria Municipal de Saúde, que ofereça mais protetores solares porque segundo ela apenas um é mensalmente disponibilizado.
A médica dermatologista do Hospital Santa Isabel, Shirley Moreira, pontuou as formas de identificar o lúpus e o tratamento. Ela informou que o quadro mais comum e clássico são as manchas vermelhas acompanhadas de coceiras, especialmente na face e parte superior das costas. “Evitem a automedicação e procurem imediatamente um profissional da área. Com a doença diagnosticada o portador precisa se proteger do sol com a barreira de roupas, sombrinhas, óculos e o bloqueador solar com o uso de duas em duas horas e numa quantidade adequada. Não permitam a exposição do sol de jeito algum, principalmente em horários das 10 às 15 horas”, aconselhou.
Também participaram da audiência os defensores públicos do Estado da Bahia, Gil Braga Castro e Paula Almeida.